Dermatoparasitológico

Por Marcela Próspero
Tempo de Leitura: 3 minutos


O que é o exame dermatoparasitológico?

Caracteriza-se por um exame extremamente simples, de baixo custo e de grande utilidade na dermatologia veterinária.

Através do exame dermatoparasitológico é possível identificar e acompanhar o tratamento de pacientes com sarna demodécica, sarcóptica e notoédrica


Como coletar?

Dá-se preferência pela coleta em áreas de prurido, eritema, comedões, pústula e/ou descamações. 

Realiza-se um raspado da pele, no sentido do crescimento do pelo, com o auxílio de uma lâmina de bisturi, e o material coletado é depositado sobre uma lâmina de vidro. O uso de óleo mineral pode auxiliar na coleta, e pode ser colocado diretamente sobre a pele, na lâmina de bisturi ou na lâmina de vidro.

Importante ressaltar que a lâmina deve ser sobreposta com uma lamínula, ou com outra lâmina de vidro e lacrada nas bordas com fita adesiva ou esparadrapo. Esse procedimento evita a fuga do ácaro até a chegada das lâminas ao laboratório, evitando assim resultados falsos negativos.



  • Para suspeitas de sarnas sarcóptica (Sarcoptes scabiei - escabiose canina) ou notoédrica (Notoedres cati) o raspado deve ser superficial, ou seja, sem o sangramento capilar, visto que esses ácaros infectam apenas a camada mais superficial da pele.


  • No entanto, se a suspeita for sarna demodécica (Demodex canis), recomenda-se o raspado profundo, pois esses ácaros habitam camadas mais internas da pele e interior de folículos pilosos. Muitas vezes, a demodiciose está associada a infecções bacterianas secundárias (piodermites) e por isso, o dermatoparasitológico deve ser acompanhado de citologia e cultura bacteriana.


Demodex sp.


A impressão por fita adesiva sem beliscamento da região afetada pode ser utilizada em áreas em que seja difícil realizar o raspado cutâneo profundo, como perilabial ou periocular. Porém, tal técnica não é indicada para exames parasitológicos de acompanhamento terapêutico.


Dica: Recomenda-se realizar o raspado superficial com a coleta da amostra e em seguida o raspado profundo.


Dica: os raspados devem ser multifocais, ou seja, de várias áreas de aspecto patológico



Como interpretar o exame?

A descrição de apenas um exemplar do ácaro já apresenta valor diagnóstico. Da mesma forma, se forem observados fezes ou ovos dos ácaros.

A sensibilidade do raspado cutâneo é baixa, desta forma, um resultado negativo não elimina a suspeita definitivamente.



Optei por realizar o dermatoparasitológico no meu paciente, já sei como realizar a técnica. E agora?

Agora os passos são:

  1. Separar as lâminas que serão utilizadas

  2. Identificar a extremidade fosca com o nome do paciente e local da lesão

  3. Realizar o procedimento

  4. Lembrar de lacrar as lâminas com fita adesiva ou esparadrapo

  5. Colocar as lâminas, com a amostra em porta lâminas

  6. Enviar ao seu laboratório de confiança!


Dica: Evite enviar as lâminas soltas, ou embrulhadas em papel. Há grande risco de quebrar e/ou inviabilizar o diagnóstico.


Possui alguma dúvida em como proceder com o exame? Entre em contato com nossa patologista e obtenha o melhor para o seu paciente.

REFERÊNCIAS:
RASKIN, R.E.; MEYER, D.J. Citologia Clínica de Cães e Gatos. Atlas colorido e Guia de Interpretação. 2ª edição. Elsevier, 2011.

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